Empresas familiares são aquelas em que um grupo familiar possui uma participação significativa de determinada organização, com poder para tomar decisões importantes ou influenciá-las, bem como experienciar a transição entre as suas gerações.
Essa estrutura pode ser encontrada em todos os setores do mercado, desde empresas de pequeno e médio porte até algumas das maiores corporações do mundo, como Walmart (maior rede de varejo do mundo, com receita global de US$ 573 bilhões, conforme Statista), Samsung (líder global em eletrônicos de consumo, semicondutores, telecomunicações e tecnologias de mídia digital, de acordo com a Statista, 2022) e Porsche (53% de participação majoritária no Grupo Volkswagen, segundo divulgado pela Forbes em 2021).
Além disso, levantamento feito pela EY e pela Universidade de St. Gallen da Suíça, em 2021, apurou que as empresas familiares são vitais para a saúde da economia global, gerando coletivamente US$ 7,28 trilhões em receita e empregando 24,1 milhões de pessoas.
Em nosso país, aparecem 10 companhias nesse ranking, com destaque para a JBS, seguida de Marfrig, Gerdau, Votorantim, CSN, Magazine Luiza, Cosan, Energisa, WEG e Porto Seguro.
Assim, os impactos na economia e no ecossistema em que atuam são expressivos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em parceria com o SEBRAE (2017), 9 em cada 10 empresas no Brasil têm perfil familiar e, juntas, elas representam 65% do PIB e empregam 75% dos trabalhadores no país.
No entanto, de acordo com a PwC, em apenas 24% dessas companhias no Brasil a sucessão acontece de maneira bem-sucedida, razão pela qual os riscos e as decisões que tomam nos negócios repercutem não apenas no seu business e no seu patrimônio, mas na fonte de receita tributária e no sustento de muitas outras famílias. A nível global, este percentual sobe para 30% – o que ainda é pouco.
Por isso, a gestão e operação desses núcleos determinam o seu desempenho e sobrevivência, já que, além dos mesmos problemas e desafios que outros negócios enfrentam, eles também precisam lidar com os contratempos provocados pelos laços familiares e os vínculos emocionais.
Sem guidelines que governem bem as suas escolhas, questões de sucessão e outros tópicos pertinentes podem não produzir os resultados esperados no curto, médio e longo prazos. Assim como implementado por Luíza Trajano, founder do Magazine Luíza e atualmente presidente do seu Conselho de Administração:
“As empresas precisam de acordos claros para a família. Lá no Magazine Luiza, definimos, por exemplo, que marido e mulher não podem trabalhar juntos na companhia. Os horários precisam ser cumpridos por todos e é preciso começar de baixo”, Luiza Trajano.
Portanto, é crucial entender como fortalecer seus valores fundamentais e orientar as gerações futuras à medida que assumem os seus respectivos papéis de liderança para que a perenidade dessas companhias não dependa, única e exclusivamente, da figura do proprietário ou C-Level mais longevo.