As empresas familiares representam hoje no Brasil a maior parte das organizações nacionais e, muitas delas, com resultados bastante expressivos em termos econômicos. Isso é o que apontam os resultados de uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em parceria com o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de 2020.
Segundo a pesquisa, 90% das instituições brasileiras são familiares e, juntas, representam cerca de 65% do PIB nacional, sendo responsáveis por empregar 75% dos trabalhadores brasileiros. A pesquisa também destaca que elas se concentram na região Sudeste e os desafios que enfrentam no plano de sucessão, pois muitas não chegam à terceira geração, fator que preocupa especialistas.
Isso ocorre, em sua maioria, pela má gestão e por conflitos gerados entre os membros da própria família. No entanto, aquelas que resistem a este plano de sucessão, se mantêm firmes no mercado e seguem seu processo de expansão da marca e dos valores herdados pelos fundadores da mesma.
Para Barbara Ruíz, diretora de Marcas LLYC, “A família, por si só, não cria um legado. Este, tem que ser cultivado, tem que ser construído para que seja uma história de sucesso que permaneça além de personalidades específicas. A gestão adequada da marca e da comunicação é especialmente importante para desenvolver e proteger a reputação da empresa e o bom nome das famílias”.
Mas o que determina o sucesso de algumas empresas familiares e o insucesso de outras? Quais passos uma empresa familiar deve seguir para alcançar o sucesso de suas operações? O estudo elaborado pela consultoria LLYC Empresas Familiares: da credibilidade à relevância aponta direções e reflexões comuns a essas organizações para que se posicionem de forma definitiva rumo ao sucesso juntando valores parentais às tendências do mercado em constante mudança.
Através deste relatório, a LLYC analisa o novo paradigma em que se encontram as empresas familiares e os desafios futuros que enfrentam em termos de marca, reputação e sustentabilidade empresarial, bem como as oportunidades em que isso se traduz.
O relatório busca, entre outros fatores, apontar caminhos de gestão e desenvolvimento destas empresas, em que, em geral, há desafios da convivência entre marca e família. O estudo ressalta, também, a importância da proteção da reputação da empresa familiar e seu papel como marca empregadora, lembrando que deve ser mantida a conexão com o consumidor e as novas gerações. Além disso, traz informações que tratam da entrada de capital internacional nesse tipo de empreendimento.
Dentre as principais trilhas a serem traçadas pelos empreendimentos familiares, as principais seriam cinco. A saber:
- Do baixo perfil de comunicação à transparência de conversação líder;
- Da valorização do atributo familiar à sua utilização como alavanca competitiva e escudo reputacional;
- De atributos herdados a estratégias e ferramentas de escuta social para incorporar nas narrativas as motivações e impulsionadores dos principais stakeholders e das novas gerações;
- De estratégias de comunicação interna à construção de novos relacionamentos com talentos para transformá-los no principal embaixador;
- Do protecionismo à preparação da entrada de novos sócios que defendem o respeito e o cultivo da cultura corporativa.
“Muitos dos consumidores não estão cientes de que os produtos e serviços que compram vêm de empresas familiares, e mais ainda quando se trata das novas gerações. Também não estão cientes do conceito mobilizador que mantêm há anos. Assim, muitas empresas familiares têm a tarefa pendente de aproveitar seu potencial e transformá-lo em uma verdadeira vantagem competitiva”, destaca María Cura, sócia e Diretora-geral em Barcelona e uma das autoras do estudo.
Fonte: Terra.